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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A disputa pela liberdade de expressão na América Latina


Recebi um e-mail com um pronunciamento do deputado federal do PSOL/SP, Ivan Valente, no dia 8 de outubro de 2009 na câmara dos deputados em Brasília, sobre o tratamento dado ao Golpe de Estado ocorrido em Honduras nos grandes meios de comunicação na America Latina, para não dizer no resto do mundo.



Para quem quiser continuar e ler na íntegra o pronunciamento do deputado é só...

Não sou de nenhum partido político e nem conheço muito a tragetória do Ivan Valente. Apenas corroboro com a posição dele e considero a discussão importantíssima para um debate democrático.

Como diria Churchill: "Não existe opinião pública, mas sim opinião publicada."
Não podemos deixar que continue assim. Temos que enfraquecer essa máxima. Por isso segue o pronunciamento do deputado Ivan Valente e asssim, tentamos diminuir o abismo entre a "realidade" e o que é publicado na grande mídia. Vamos abrir os olhos.


Sr. Presidente, Sras e Srs Deputados,

Nas últimas semanas, assistimos, assustados, aos níveis de autoritarismo atingidos pela imprensa brasileira na cobertura do golpe em Honduras. Enquanto nossa delegação parlamentar buscava em Tegucigalpa contribuir para a restituição da ordem democrática no país, a mídia nacional fazia malabarismos para legitimar um governo golpista e ignorava solenemente as inúmeras violações de direitos humanos e restrições aos direitos civis praticadas pelo governo Micheletti. Economizando decibéis, apenas registrou o fechamento e ocupação de emissoras de rádio e TV na capital pelo Exército
Hondurenho.

Os índices de violação da liberdade de expressão e de imprensa em Honduras, no entanto, são altíssimos. Em Tegucigalpa, o Canal 36, a Radio TV Maya e a Radio Globo foram ocupadas. A cabine de transmissão da Rádio Juticalpa, em Olancho, foi alvejada por metralhadores. Na cidade de Progresso, fecharam a rádio Progresso. O Canal 26, TV Atlântica, recebeu ordens dos soldados para não transmitir informações que viessem de fora do governo de fato. Os jornalistas também estão sendo ameaçados. Nos primeiros meses do golpe, Gabriel Fino Noriega, da Radio Estelar, foi assassinado por forças paramilitares. Isso para não falar das agressões que sofreram os repórteres da Telesur, de longe a emissora que tem feito a maior cobertura do golpe, e das proibições e repressões às manifestações públicas de apoio, nas ruas, ao presidente deposto Manuel Zelaya.

Apesar do vasto rol de violações à liberdade de expressão em Honduras, este não parece ser um problema preocupante para a imprensa brasileira. Tampouco o é – coincidência ou não – para a SIP, a Sociedade Interamericana de Imprensa, sempre a primeira a gritar quando qualquer Estado latino-americano promove mudanças nos meios de comunicação.

Foi assim quando o presidente venezuelano Hugo Chávez não renovou a concessão da RCTV, ou quando a Assembléia Nacional da Venezuela aprovou, em 2004, a Lei Resorte (Lei de Responsabildiade Social no Rádio e na Televisão), que tem como objetivo fomentar a responsabilidade dos prestadores de serviço, anunciantes, produtores nacionais independentes e usuários dos serviços de comunicação, buscando o equilíbrio democrático, a promoção da justiça social e a formação cidadã. Construída a partir de um amplo processo de participação popular, que durou mais de um ano com debates realizados em todo o país, a Lei Resorte priorizou a produção local e comunitária, deu apoio à mídia popular, estabeleceu a pluralidade de vozes em todas as mídias, definiu o funcionamento das emissoras públicas, prevendo mecanismos de controle social, regulou a propriedade dos meios e o conteúdo, com restrições de horário para crianças, tempo para veiculação de publicidade e previsão de veiculação de programas que valorizem a cultura nacional e a leitura crítica da mídia.

Quando, na Bolívia, o presidente Evo Morales aprovou um decreto reservando espaços dos meios de comunicação para a livre opinião dos jornalistas e outros trabalhadores ligados a sindicatos de imprensa, a grande mídia também chiou. Acharam um acinte terem que reservar três minutos diários no rádio e na TV para ampliar a pluralidade e diversidade de idéias e opiniões nos meios de comunicação em massa. Da mesma forma, bateram no projeto da nova Lei de Comunicação do presidente do Equador Rafael Correa que, após inúmeros debates no Fórum Equatoriano da Comunicação, propõe a divisão eqüitativa do espectro eletromagnético, por onde passam as ondas do rádio e da TV. A proposta é reservar 33% do espectro para cada um dos setores: público, privado e comunitário.

Também em defesa da pluralidade de vozes e do interesse público, o Parlamento uruguaio aprovou um projeto de lei sobre conteúdos digitais na televisão, no rádio e no cinema que fixou horários para a veiculação de determinados conteúdos e criou a figura do ombudsman público, uma ponte direta do cidadão telespectador e ouvinte com a empresa de comunicação. O ombudsman atenderá, por exemplo, a denúncias de pais que questionam o conteúdo que atinge as crianças e dará atenção à opinião de artistas e
escritores que estiverem sofrendo ameaças às suas liberdades. Desta vez, a imprensa brasileira silenciou sobre a importante iniciativa do país vizinho.

A última a sofrer os ataques da grande imprensa e a ser chamada de violadora da liberdade de expressão foi a presidenta da Argentina Cristina Kirchner. A nova lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, depois de debatida em audiências públicas e ter incorporado sugestões da base de oposição ao governo, foi aprovada no Congresso, promovendo uma transformação completa no monopólio histórico do grupo Clarín no país. De acordo com o texto, nenhuma empresa poderá ter mais de dez concessões de rádio e TV aberta (14 a menos que o limite atual) e quem possui um canal de TV aberta não pode, na mesma localidade, ser dono de uma emissora a cabo. Ou seja, a lei ataca a
propriedade cruzada na radiodifusão, proibindo a concentração vertical e também horizontal. A audiência também será limitada, como acontece em países como os Estados Unidos. As áreas cobertas pelo conjunto de emissoras de uma mesma empresa não podem atingir mais do que 35% dos habitantes daquela região, sob o risco de configuração de um outro tipo de monopólio.

A lei enfrenta ainda o problema da produção nacional, estabelecendo cotas mínimas para conteúdos produzidos no país, assim como a produção independente, que ganha uma reserva de 30% da grade de programação de emissoras localizadas em cidades com mais de 1,5 milhão de habitantes. Até a questão da monopolização da transmissão dos campeonatos de futebol – tão frequente aqui no Brasil – foi enfrentada. Um dos artigos garante o direito ao acesso universal aos conteúdos informativos de interesse relevante e de acontecimentos esportivos. Por fim, estabelece a realização de audiências públicas para determinar a prorrogação das concessões de rádio e TV.

Ou seja, assim como em vários países da América Latina, o Estado Argentino tomou as medidas necessárias para democratizar os meios de comunicação, garantindo mecanismos para a liberdade de expressão de setores antes excluídos da esfera pública midiática. Rapidamente, a imprensa brasileira foi pra cima da Presidenta Cristina Kirchner, assim como faz com os demais presidentes latinos que enfrentam o poder intocável dos meios de comunicação em massa. Trata-se de uma ação preventiva, para impedir que a onda que pretende construir uma mídia mais democrática em nosso continente chegue aqui no Brasil.

A I Conferência Nacional de Comunicação, agendada para dezembro, certamente terá entre uma de suas principais reivindicações a necessidade de quebra do monopólio da mídia e defesa da liberdade de expressão para todos e todas em nosso país. Será um espaço para a população manifestar seus anseios em relação ao setor das comunicações e, pelos resultados já apontados nas etapas municipais, que acontecem Brasil afora, o pleito por transformações na regulamentação dos meios será grande. Ao contrário do que defendem os radiodifusores e do que parece entender o Supremo Tribunal Federal, a
comunicação, como qualquer outra área, precisa ser regulada, para que não valha ali a lei do mais forte política e economicamente.

Uma parte dos grandes empresários da mídia se recusa a participar do debate público democrático. Retirou seus quadros da organização da Conferência e prefere seguir fazendo política como sempre, nos bastidores e corredores do Planalto e deste Congresso, sem ouvir os anseios daqueles que são nada mais que os receptores dos serviços prestados pelos radiodifusores. Enquanto isso, nossa imprensa ataca aqueles que promovem mudanças concretas visando a democratização dos meios e silencia diante das maiores violações à liberdade de expressão que ocorrem em Honduras. Algo está fora do lugar. E a sociedade brasileira, pelo que parece, dá indícios de que cansou de ficar sentada, calada, em frente à televisão. Que venham as transformações na mídia há tanto tempo reivindicadas pelo povo brasileiro.

Muito obrigado.

Ivan Valente

Deputado Federal PSOL/SP

Informação do presente, informação no futuro.

Como venho afirmando, uma sociedade livre é uma sociedade bem informada. Estar bem informado é ter acesso a qualquer tipo de informação e liberdade para produzir conteúdo. Sempre com a discussão da ética como prioridade.

As novas tecnologias alteraram de forma brusca toda a maneira como nos socializamos. O mundo real passa ser estabelecido e permeado pelo virtual. Então não podemos ficar alheios a essas mudanças. Precisamos estar informados e capacitados a entender esses novos meios, essas novas tecnologias. Para ajudar um pouco a entender esse "novo" universo, seguem três vídeos interessantes pescados no Youtube para que você entenda melhor o que é, como funciona e a força do que chamamos de web 2.0.

WEB 2.0


Mídia Social


Estatísticas mundiais sobre o mundo nesse universo "wiki"...

Interessante, mas...

... me dá um certo medo. Esse vídeo faz uma análise do universo da web 2.0 e uma projeção de como será o futuro com os avanços na sociedade e no mundo virtual.

Um tanto futurista e coorporativo demais, no entanto e "infelizmente", não muito impossível de acontecer. Não vislumbro e nem compartilho dessa visão, aliás, combato esse tipo de relação em nossa sociedade, que busca acumular e aglomerar capital e incluir as pessoas como "homens-massa" e nos afastar do "homens-coletivo". Contudo não podemos negar que não deixa de ser uma análise interessante e verossímel. Basta a gente saber o que queremos, que futuro desejamos e lutar pelas mudanças necessárias. O que não podemos é achar os meios tecnológicos um mal criado pelos poderosos para dominar a Terra. Soa até ridículo. Precisamos combater o mal (mau) uso dos meios e fazer com que os direitos e deveres dos cidadãos sejam em prol de uma sociedade mais humanizada, ética e cooperativa.



A Revolução da Mídia Social

Para quem sempre achou bobagem ter Orkut, perda de tempo se inscrever no MySpace, aceitar convite no Facebook, MSN, Twitter e afins, esse vídeo ajuda a esclarecer algumas questões importantes a respeito do poder que as novas mídias sociais estão tendo cada vez mais no mundo, real ou virtual.



Não é porque você usa Orkut ou Facebook., conversa através do MSN ou GTalk, que você está disperdiçando o seu tempo. Até parece que se não fossem esses novos meios de comunicação, estaríamos lendo um bom livro, saindo com nossos amigos num bar pra conversar coisas "verdadeiras" olho no olho, conhecendo novos lugares... bobagem. Tudo na vida tem de ter um equilíbrio. Não devemos deixar de estudar, ler nossos romances, nossos clássicos da literatura (nada como num futuro bem próximo lermos alguns desses num IBook), mas a revolução que está acontecendo não pode ser negada, mas sim vivida, criada, aprimorada.

sábado, 10 de outubro de 2009

Palavras que ajudam a refletir - Entrevista com Robert Happe

Não sou seguidor, nunca li um texto dele, mas vi o video e compartilho de algumas idéias dele e, principalmente, acredito que essa entrevista nos ajuda a pensar mais sobre como vemos o mundo e de que forma podemos melhorar nossa convivência nesse planeta.

Como ele diz, não acho que a única maneira de mudar tudo isso seja "tirar" os poderosos do "poder", mas sim começarmos a mudar a consciência de cada pessoa para que realmente a verdadeira mudança, paradigmática, ocorra.

No meio da entrevista ele começa a falar da importância da união entre os sexos opostos, etc e tal... não sei se isso foi mais profundo, complexo e eu não soube, ainda, interpretar direito, mas não concordei muito com a posição, não que não ache importante essa simbologia da união, contudo como ele não citou ou fez um adendo a respeito da união entre pessoas do mesmo sexo, fiquei um pouco sem entender direito o que quis dizer.

Mas é isso, vejam e pensem um pouco sobre...



BIOGRAFIA:
Robert Happé nasceu em Amsterdã, Holanda. Estudou religiões e filosofias na Europa e dedicou-se desde então a descobrir o significado da vida. Estudou também Vedanta, Budismo e Taoísmo no Oriente durante 14 anos, tendo vivido e trabalhado com nativos de diferentes culturas de cada região onde esteve - Índia, Tibet, Camboja e Taiwan.

Em seu retorno à Europa, sentiu necessidade de compartilhar o conhecimento adquirido e suas experiências de consciência. A partir daí...

trabalhou em várias universidades, e tem trabalhado continuamente com grupos de pessoas interessadas em autoconhecimento e desenvolvimento de seus próprios potenciais como seres criadores.

Desde 1987 vem compartilhando informações em forma de seminários e workshops em países da Europa, na África do Sul, nos EUA, na Austrália, e no Brasil.

Seu trabalho é independente, estando desvinculado, sob todo e qualquer aspecto, de organizações religiosas, seitas, cultos e outros grupos.

Oliver Stone - South of the Border



Está para ser lançado o próximo filme do cineasta americano Oliver Stone, diretor de Platoon, Nascido em 4 de Julho, JFK, entre outros sucessos. O documentário South of the Border é uma tentativa ...

de mostrar a nova configuração socio-política da América do Sul, com as mudanças significativas que vieram com as eleições na maioria dos países desse continente. Com a chegada no poder de Lula, Chávez, Evo, Rafael Corrêa. Essa "Onda esquerda" modificou muitas coisas no cenário político mundial.

O filme é produzido pelo cineasta e pelo historiador Tariq Ali, autor de diversos livros e textos sobre o imperialismo e editor da revista New Left Review. Os dois visitam e entrevistam os presidentes da Argentina - Cristina Kishner e seu marido, ex-presidente; do Brasil - Lula; da Venezuela - Chavez; da Bolívia - Evo Morales; do Paraguai - Fernando Lugo; de Cuba - Raul Castro e do Equador - Rafael Correa. Mostrando o que eles têm em comum. Uma idéia, uma vontade de construirem um continente que caminhe com seus próprios pés, independentes, fortes política, econômica e culturalmente. Que se descolonialize da Europa e dos mandtários americanos.

Trabalho importante, pois me parece que ele tenta "desmascarar" o discurso da grande mídia a respeito da imagem que fazem, principalmente, do Hugo Chávez. Como diria Churchil: "Não existe opinião pública e sim opinião publicada". Precisamos inverter isso. Não dá mais para nos deixar levar tão fácil pelo que é veiculado pela grande mídia, ou como outros preferem dizer (até eu as vezes) mídia hegemônica. Espero que esse filme trate de forma sensata e coerente as principais questões políticas que ficam sempre no véu da escuridão das principais redes de comunicação.

Muito ansioso para ver. Vamos conferir!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Uma teoriazinha da conspiração pra quem odeia isso!!!

Quem nunca ouviu alguém uma vez proferir a seguinte frase: "O homem nunca foi na lua, tudo armado pelo governo americano!!!" Então... eu sou uma dessas pessoas... rsrsrs
Um dia me indicaram um site, ele se chama SHOW DA LUA

Esse site pretende esclarecer alguns "belos" equívocos da humanidade, para não dizer mentiras, ou mesmo crimes, como prefere o autor da página. Ele tem algumas teorias bem legais... com textos, vídeos, teorias, denúncias, "provas". Apesar de achar bem interessante e não duvidar disso tudo, acaba sendo um tanto engraçado.



Segue um trecho do que o autor escreveu sobre suas teorias:

"Ano passado (2006) a N.A.S.A. divulgou para todo o planeta que "PERDEU" 700 arquivos da "viagem a Lua", entre eles, os vídeos originais da missão Apollo e os negativos das "fotos na Lua". Os caras-de-pau da N.A.S.A. simplesmente SUMIRAM com as EVIDÊNCIAS do CRIME que cometeram! Realmente é muito conveniente dizer que "PERDERAM" todos os vídeos e fotos originais da "viagem a Lua" pois hoje em dia qualquer perito facilmente comprovaria a FRAUDE. Como é possivel que a N.A.S.A. com toda a "suposta segurança" que tem em suas instalações seja capaz de simplesmente "PERDER" os arquivos do feito considerado pela humanidade como o mais importante da história?!?! Eu nasci em 1964 e tenho até hoje minhas fotos originais de 1969 quando tinha 5 anos mas a N.A.S.A. não conseguiu guardar as fotos da "viagem a Lua"??? Como podem subestimar desta forma a inteligência dos seres humanos? Citando Che Guevara : " A única luta que se perde é a que se abandona". E a nossa luta vai continuar, não vamos abandoná-la até provarmos que estas "viagens espaciais" são uma FARSA e que o governo dos EUA e a N.A.S.A. cometeram um verdadeiro CRIME contra a humanidade !!!"

Além disso ele tem outras teorias, como a que nunca houve explosões atômicas, como as de Hiroshima e Nagasaki. Que a Terra não gira em torno do sol, 11 de setembro e muito mais. Também com videos e teorias! É engraçado mas é sério. Bem legal. Vale a pena!


Mais uma semente na cabeça das pessoas.

Alguém, aqui, não usa o Google como plataforma padrão de busca na internet??? Acho que não! Então vai uma dica.

Entre no site Eco4Planet e coloque-o como seu site padrão de busca do seu navegador. Fácil! Vá em "ferramentas" em seu navegador e lá clique em opções. Simples. Você se vira a partir daí. Cada navegador muda um pouco, mas nada muito complicado de se fazer. Mas vale a pena. Pelo seguinte: Esse site é um projeto que utiliza a plataforma Google para efetuar as buscas feitas pelas pessoas. Só que a cada número especifico de buscas feitas pelos internautas, uma árvore é plantada. Dentre outras coisas que eles fazem em favor do meio ambiente. Muitos podem dizer que já plantaram mais árvores do que eles até agora (no momento eles já plantaram 46 árvores). 





É, realmente pouco. Até agora! Todo projeto tem seu início. Sendo divulgado, as pessoas cada vez mais utilizando esse site de busca como padrão em seus micros, mais árvores serão plantadas. Mas para mim, o mais importante não são essas árvores plantadas, todavia, sim, a semente que é plantada na cabeça das pessoas. Acredito que campanhas como essa vão mudando hábitos, idéias e concepções das pessoas à respeito de como elas vêem o mundo e as coisas.

Crônica de uma catástrofe ambiental

Alguns anos atrás eu produzi e dirigi um curta documentário intitulado "Guapimirim". Durante uma pesquisa socioambiental dentro de uma área de proteção ambiental (APA Guapimirim) com as populãções residentes no distrito de Itaboraí, no Rio de Janeiro, no ano de 2005, fomos surpreendidos pelo derramamento de mais de 100 mil litros de óleo diesel na cabeceira do rio Caceribu, após um trem descarrilar nas proximidades. A população local, maioria sobrevivendo da pesca e da catação de caranguejo na Bahia de Guanabara, se viu mais uma vez sem saber o que fazer, como agir. Acabei registrando os acontecimentos, as conversas com a empresa, com representações do governo e do IBAMA. No final das contas,

isso gerou esse meu curta. Quem se interessar pode ver um clipe de fotos do filme no youtube. www.youtube.com/watch?v=8BM5_lIF8JI

Mas o que quero aqui nesse post é divulgar outro caso grave de descuido, descaso e falta de respeito com a população e com o meio ambiente. Lendo o site da Revista Fórum encontrei uma reportagem especial à respeito desse caso.

"Na madrugada do dia 18 de novembro de 2008, um líquido leitoso escorreu silenciosamente para as águas barrentas do rio Pirapetinga. Veneno. Os peixes que entravam em contato com aquilo tinham o sistema nervoso atacado. Convulsões. Hemorragia interna. Morte. O vazamento seguiu por horas, sem que ninguém percebesse. Tempo suficiente para que o produto químico saísse do afluente e chegasse ao principal rio que abastece o estado do Rio de Janeiro: o Paraíba do Sul. Ninguém sabia ainda, mas as próximas horas trariam pânico aos municípios próximos..."



Quem quiser saber um pouco mais sobre esse caso e se puder também divulgá-lo... será de enorme importância. Novamente, insistindo, precisamos divulgar o que não nos informam. Vale à pena, é uma excelente matéria, com artigos, entrevistas, videos. Confira aqui!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Video espanhol sobre a "Gripe Suína"

Um bom e curto vídeo tem circulado bastante pelo universo "bloguistico" ultimamente por causa dessa pandemia informativa sobre a "nova gripe", ou gripe suina, H1N1, influenza A, etc...

O vídeo, uma produção espanhola, mostra que antes dos problemas clínicos, "pandêmicos", há questões mais sérias e relevantes a serem discutidas, como os interesses políticos e econômicos de certos grupos políticos/corporativos.


Para que tais interesses sejam concretizados é necessária uma certa ajuda dos meios de comunicação em massa, que disseminam uma doença muito mais letal que o vírus H1N1, a falsa informação, ou a informação mal intensionada.

No curta, muito bem realizado e finalizado, volta-se aos tempos de gripe aviária para mostrar que dados colocados na mídia para causarem medo, senão pânico na população, não passam de "lorota" política informativa.

Há meses, aqui no Brasil, as pessoas estavam morrendo de febre amarela e depois de dengue, e agora o que se vê, aliás, o que não se vê, é notícia de gente morrendo de febre amarela, dengue, entre outras doenças que matam e sempre mataram mais que essa tal gripe suína.

Vale a pena conferir e começarmos a refletir mais sobre as coisas que lemos, ouvimos e vemos por aí.



Vale também voltar ao começo do meu blog e baixar esses dois filmes sobre manipulação informativa e controle social.

Zeitgeist
Zeitgeist: Addendum

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Só notícia boa!!

Pra quem tá cansado de abrir o jornal ou entrar no site e só ler e ver tragédia, gente morta, corrupução pra cá, acidentes e guerras pra lá... tá na hora de dar um descanso.


O site Companhia da Boa Notícia tem um layout um tanto fraquinho, mas é constantemente atualizado e voltado somente para notícias que consideramos "boas". Notícias nas áreas da ciência, cultura, mundo e outras seções. Traz curiosidades, videos interessantes e divulga campanhas importantes pelo Brasil e pelo mundo.

Informação pelo mundo

Como esse blog gosta tanto que a informação circule por aí, vai uma dica interessante.


O site kiosko.net é um diretório visual da imprensa mundial. O que significa isso? Através dele você pode acompanhar visualmente todas as capas de "todos" os principais jornais do mundo e, se interessar, acessar o site do referido. Pode, também, saber sobre como foram as capas da semana, se tiver perdido ou quiser pesquisar alguma matéria passada.

Outros links semelhantes e que podem interessar:
Net Papers
Guia da Mídia
Banca de Jornais
 

Bom proveito!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

E se fosse o Lula?

Esses dias li uma matéria sobre um caso de racismo entre vizinhos numa cidade norte-americana. Uma mulher desconfia que a casa do vizinho está sendo assaltada,liga para a polícia, que prontamente vai ao local conferir o que está se passando. Chegando na casa do suposto assalto, os policiais descobrem que o possível assaltante (diga-se de passagem, negro) era nada mais que o dono da casa, um renomado professor da Harvard University. Ler a matéria na íntegra aqui.

Mas o que quero tratar aqui é sobre outra coisa.
O presidente Obama acabou entrando na história, criticando, inicialmente, os policiais para depois voltar atrás e marcar uma cervejada com os envolvidos (menos a mulher que ligou para a polícia) e tentar amenizar o caso.
Segue a foto do grande encontro.

Minha questão é a seguinte: 
Eu, particurlamente, acho esse caso muito interessante e a atitude de Obama bem legal. Despretenciosamente carismática e diplomática. 
No entanto, imagino isso acontecendo aqui no Brasil. Algum nordestino sendo acusado de alguma coisa injustamente, para depois se descobrir que ele não era o que se pensava e além de tudo era um renomado "alguma coisa". Lula, constrangido com a situação e comovido por ser conterrâneo do acusado, critica os acusadores, mas depois para não dar pano pra manga, convida os envolvidos para uma partidinha de futebol, uma cervejada ou mesmo para tomar umas pinguas vindas de minas. Como seria a abordagem midiática à respeito?
Segue uma pequena dose aqui.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Bons Filmes

Para quem gosta de assistir a bons filmes, segue uma excelente dica:




O site www.makingoff.org é um fórum especializado em cinema de alto nível. Lá você pode baixar (através de torrent ou emule) os melhores filmes já produzidos até hoje. Desde raridades até as maiores novidades da produção atual. Lá, só não entra filme Blockbuster. Mesmo até os blockbusters bons não têm chance... não só pelo conteúdo, mas sim pelo fato de serem blockbusters, sendo de fácil acesso em qualquer outro site de downloads. Os administradores do fórum colocam algumas regras básicas para participação nele. Um dos principais é participar ativamente, postando comentários, fazendo upload de filmes novos, não valendo o velho costume de "depois que baixei, danem-se os outros". Depois do servidor ficar sobrecarregado com tantos integrantes, os moderadores decidiram retirar os que não utilizavam com frequencia ou seguiam as regras básicas, deixando somente os que participavam e, a partir dali, que fossem convidados a participar do fórum.

Quem realmente se interessar em participar do fórum do Making Off, é só enviar um pedido que eu enviarei um convite. Só peço para que participem mesmo, pois ficarei com meu filme queimado se convidar pessoas que entrem só para baixar ou entrem uma vez e depois nunca mais apareçam. Fora que só tenho disponivel, por agora, mais 9 convites e não sei quando, e como, terei mais.

Grande abraço a todos e desculpem o meu atraso aqui no Blog. Minha vida está muito corrida... graças aos deuses!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Liberdade de expressão x liberdade de imprensa

Li um ótimo artigo da Sylvia Moretzsohn no site Observatório da Imprensa sobre esse tema.

Vale a leitura!!

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=532CID001




A causa da liberdade provoca paixões. Paixões que alucinam. Empolgado na defesa de sua proposta de abolição da Lei de Imprensa, na sessão em que o Supremo Tribunal Federal começava a discutir o tema, o deputado Miro Teixeira exagerou na metáfora clássica do "quarto poder": a imprensa não seria apenas representante do povo, seria o próprio povo. Assim resumiu O Globo a fala do deputado, na edição de quinta-feira (2/4):
"A imprensa são os olhos do povo. Requeiro que desapareça a possibilidade de pena a jornalista ou responsável pela publicação sempre que houver causalidade com o direito do povo e que nós possamos ter um país em que o povo possa controlar o Estado e não que o Estado possa controlar o povo, como temos hoje".
E o povo, como todo mundo sabe, "se vê" na Globo.

Caberia perguntar, então, qual o sentido da democracia e da realização regular de eleições diretas para os mais variados cargos legislativos e executivos do poder do Estado, qual o sentido da existência dos mais diversos movimentos sociais e organizações da sociedade civil, se quem nos representa – perdão: quem incorpora nossa identidade – são as empresas de comunicação?

Grandes empresas privadas de comunicação, segundo o modelo vigente no país.

Grandes empresas privadas podem ser a referência de expressão do interesse público?

Quem sabe a pergunta nem faça sentido, pois é forçoso reconhecer que, identificada com o "povo", a imprensa estabeleceria essa "linha direta" – portanto, sem mediações – comprometida com a expressão daquilo que outro deputado, em outra ocasião, chamou de "instintos mais primitivos". Afinal, o "povo" é assim.

Entretanto, vindo de quem vem, o raciocínio nem é tão surpreendente. Num passado relativamente recente, numa das muitas vezes em que os exageros televisivos expressavam precisamente esses "instintos" e levaram à discussão sobre a necessidade de se estabelecer limites para a programação, Miro Teixeira, então ministro das Comunicações, argumentava singelamente que "o melhor controle é o controle remoto" [CartaCapital, "Globo: questão de Estado", 1/10/2003]. Era uma declaração absolutamente coerente com a lógica neoliberal da democratic marketplace, na qual o cidadão é assimilado ao consumidor e o consumidor "tem sempre razão". Hoje, porém, com o abalo provocado por uma crise financeira global de consequências ainda imprevisíveis, conviria refrear um pouco esse ardor em torno do mercado.

Liberdade de expressão x liberdade de imprensaRetornemos ao argumento original. Esse "direito do povo" a que o deputado se refere é o direito à liberdade de expressão, automaticamente identificado ao da liberdade de imprensa. Seria importante desfazer o equívoco, porque afinal se trata de duas coisas diferentes: bastaria indagar, por exemplo, se o jornalista funcionário de uma empresa goza de tal liberdade; ou mesmo se "o povo" não teria a sua liberdade de expressão restrita quando envia uma carta não publicada ou – nesses tempos de "cidadãos-repórteres" – manda uma colaboração ou denúncia que acaba descartada. (Neste segundo caso, a resposta óbvia é não, porque não há jornalismo sem edição, e editar significa fazer escolhas. Jornais devem zelar por sua linha editorial. Além disso, em qualquer suporte diferente da internet, têm espaço limitado).

Mas essa confusão é muito adequada quando se deseja tratar abstratamente desse tema tão delicado que é a liberdade de imprensa, esquecendo-se convenientemente as condições concretas em que se pratica o jornalismo e os interesses envolvidos no negócio da imprensa, especialmente num contexto de forte concentração dos meios de comunicação.

Ressalvas ignoradasNa exposição de motivos em que sustenta a proposta de revogação da lei, Miro Teixeira busca fundamentação em uma série de juristas, entre os quais pelo menos dois apontam conflitos que ultrapassam a demanda específica da petição. Assim, José Joaquim Gomes Canotilho ressalta:
"A liberdade interna de imprensa (...), que implica a liberdade de expressão e criação dos jornalistas bem como sua intervenção na orientação ideológica dos órgãos de informação (...), pode considerar-se em colisão com o direito de propriedade das empresas jornalísticas".
Logo a seguir, José Afonso da Silva argumenta:
"A liberdade de informação não é simplesmente a liberdade do dono da empresa jornalística ou do jornalista. A liberdade destes é reflexa no sentido de que ela só existe e se justifica na medida do direito dos indivíduos a uma informação correta e imparcial. A liberdade dominante é a de ser informado, a de ter acesso às fontes de informação, a de obtê-la. O dono da empresa e o jornalista têm um direito fundamental de exercer sua atividade, sua missão, mas especialmente têm um dever. Reconhece-se-lhes o direito de informar ao público os acontecimentos e ideias, mas sobre eles incide o dever de informar à coletividade de tais acontecimentos e ideias objetivamente, sem alterar-lhes a verdade ou esvaziar-lhes o sentido original, do contrário, não se terá informação, mas deformação. Os jornalistas e empresas jornalísticas reclamam mais seu direito do que cumprem seus deveres".
A liberdade "natural"O jurista prossegue nos termos clássicos que reiteram o papel da imprensa como "quarto poder", elemento de expressão da vontade popular e de defesa contra os excessos do Estado. Não envereda pela discussão das questões complexas e sempre polêmicas sobre objetividade e imparcialidade, que estão no cerne da prática jornalística. Apenas anota a crítica: jornais e jornalistas reclamam mais seu direito do que cumprem seus deveres.

É quanto basta, sobretudo porque a frase jamais será mencionada – muito menos destacada – em qualquer jornal.

E, embora sirva-se do argumento de dois juristas que fazem tais ressalvas, Miro sustenta que "o pensamento e sua manifestação, assim como a informação, são naturalmente livres".

Naturalmente: vivemos num mundo – e num país – igualitário, sem coerções ou constrangimentos.

Liberdade e responsabilidadeAo justificar seu voto pela extinção total da Lei de Imprensa, o ministro Ayres Britto, relator da ação proposta pelo deputado, mencionou a necessidade de "permanente conciliação entre liberdade [para a atuação da imprensa] e responsabilidade", porque, "sob o prisma do conjunto da sociedade, quanto mais se afirma a igualdade como característica central de um povo, mais a liberdade ganha o tônus de responsabilidade". Entretanto, não explorou esse caminho, que conduziria a uma estimulante discussão sobre a suposta, ou pretendida, "mudança de paradigma" – da liberdade de imprensa para a responsabilidade da imprensa – ensejada há mais de 60 anos pelo famoso relatório da Comissão Hutchins, como Venício A. Lima expôs em artigo neste Observatório (ver "A responsabilidade social da mídia").

Pelo contrário, logo no início de sua declaração de voto, o ministro cita a Primeira Emenda da Constituição americana, sem recordar que, desde 1919, a Suprema Corte daquele país estabelece limites à livre expressão, como o advogado José Paulo Cavalcanti Filho demonstrou em artigo também publicado neste Observatório (ver "O drama da verdade – ou discurso sobre alguns mitos da informação").

A sequência do discurso é a reiteração do pensamento liberal clássico. Ayres Britto define a imprensa como "o espaço institucional que melhor se disponibiliza para o uso articulado do pensamento e do sentimento humanos como fatores de defesa e promoção do indivíduo, tanto quanto da organização do Estado e da sociedade" e considera que "é pelos mais altos e largos portais da imprensa que a democracia vê os seus mais excelsos conteúdos descerem dos colmos olímpicos da pura abstratividade para penetrar fundo na carne do real".

No entanto, deixa-se ficar na abstratividade, ao reforçar o argumento de Miro Teixeira, que vê "a imprensa como alternativa à explicação ou versão estatal de tudo que possa repercutir no seio da sociedade", e daí concluir que ela significa o "garantido espaço de irrupção do pensamento crítico em qualquer situação ou contingência" (o destaque é meu).

As "neves eternas da legalidade"Vício de jurista, talvez, como escreveu certa vez o também jurista Nilo Batista, com a verve que lhe é peculiar:
"Juristas sofrem de uma doença profissional perigosa, proveniente do contraste entre as altas temperaturas da fundição do discurso do poder e as neves eternas da legalidade compreendida pelo viés positivista, que congela esse discurso na lei. Tal enfermidade nos habilita a perceber conflitos sociais como simples deficiência de normatização, que o inesgotável Estado do bem-estar jurídico tratará logo de suprir, motivo pelo qual adquirimos a capacidade mágica de superá-los com dois ou três artigos e parágrafos. Ficamos sempre um pouco desorientados perante a força bruta que rompe os modelos legais, ansiosos por repousar no porto seguro de alguns incisos e alíneas".
(A propósito, o trecho é parte de um artigo que o autor enviou à Folha de S.Paulo, no qual tentava polemizar com um professor norte-americano que, em artigo reproduzido no caderno "Mais!", defendia a política de guerra de Bush. "Tentou em vão", como escreveu na revista da qual é editor, e na qual finalmente publicou seu texto. "Parece que a opinião de juristas brasileiros, salvo poucas exceções, não interessa muito ao `Mais!´, ou interessa mais ou menos").

Penetrando "a carne do real"Assim, só é possível pensar que a imprensa é esse "garantido espaço de irrupção do pensamento crítico" se desconsiderarmos as situações objetivas e optarmos pelo consolo dos incisos e alíneas, como numa paráfrase à máxima do Direito: dentro da lei, dentro da vida.

Dessa forma, o ministro pode afirmar que "quem quer que seja pode dizer o que quer que seja". Pode, ainda, elogiar o caminho da autorregulação da imprensa, buscando o exemplo do noticiário sobre o parlamentar americano que se suicidou em frente às câmeras: as imagens foram congeladas antes do disparo fatal. Entretanto, se quisesse "penetrar fundo na carne do real", poderia ficar por aqui mesmo e recordar o recente episódio da cobertura em "tempo real" do sequestro e assassinato da jovem Eloá Pimentel, em Santo André; ou do acompanhamento ao vivo do "caso Isabella"; ou dos ataques do PCC em São Paulo, em 2006; e paremos por aqui porque a lista é interminável.

Um equívoco de origem ancestralComo se há de perceber, este artigo não pretendeu discutir a necessidade ou não de uma Lei de Imprensa, embora esta seja uma questão de extrema relevância. Pretendeu apenas demonstrar os descaminhos de um debate central para a cidadania, quando se desconsidera a realidade concreta para a definição do direito de informar e ser informado.

Não seria possível concluir sem mencionar uma hipótese para as origens desse equívoco tradicional que suspeita do poder do Estado e aceita placidamente o poder econômico. Como argumentei certa vez, a idéia de autonomia ou independência da imprensa significa implicitamente autonomia ou independência em relação ao Estado – o que ratifica o conceito de "quarto poder" –, enquanto a dependência em relação ao poder econômico é vista como parte da ordem natural das coisas.

A origem dessa dicotomia sugere uma remissão completamente descontextualizada ao entendimento do mercado como uma extensão da vida doméstica, na qual os cidadãos deliberam "livremente". Ou seja, enquanto a naturalização do papel político da imprensa como fiscal do poder tem dois séculos, a naturalização da subordinação da imprensa às leis do mercado é um pouco mais antiga: remete à polis grega, ao oikos como extensão da vida privada.

O que mais impressiona é que, na era da mais extrema concentração de capital do mundo globalizado, esse equívoco ainda sobreviva.

sábado, 28 de março de 2009

LIVEMOCHA

Aproveitando a minha falta de compromisso com meus docs aqui no blog... passo uma dica bem legal de um site para quem quer aprender ou aprimorar alguma língua.
O site www.livemocha.com é gratuito e permite que você estude diversas línguas da mais variada forma e práticas didáticas. Seja inglês, francês, espanhol, português, alemão, italiano, mandarin, russo, japonês, hindi e mais algumas outras.
Além de pode aprender, aprimorar outras línguas, podemos ajudar outros usuários do Livemocha a aprimorar e aprender também.
Vale a pena a visita no site. Aproveitem enquanto é gratuito. Está rolando um papo que vai deixar de ser já já... então aproveitem.
Espero que a dica seja boa! Está me ajudando muito com o inglês.


sábado, 14 de março de 2009

A história da internet

Sei que estou devendo o meu banco de dados de todos os filmes, videos e festivais de cinema crítico, que questionam o sistema, as instituições... mas enquanto isso... através do blog de um amigo meu (Thiago Mattos - Sangue de Barata) eu conheci um video muito legal, bem recente, sobre a história da internet. Uma pequena animação de apenas 7 minutos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Enquanto isso... na Tabacaria

Nada a dizer.

Só peço que leiam. Vale a pena.



TABACARIA
15-1-1928 )
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)



Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens.
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu ,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo.
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando.
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
0 mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num paço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
0 seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena; Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra ,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou á janela.

0 homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(0 Dono da Tabacaria chegou á porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da tabacaria sorriu.

sábado, 7 de março de 2009

De volta!

Voltei!

Voltei e estou passando por mais um momento... estou de mudança e na correria de trabalho... então ainda vou permanecer devagar...

Mas voltando... vou fazer o que mais queria nesse blog...
criar um banco de dados de todos os filmes documentários que tratem de forma crítica o sistema político, econômico, religioso, enfim... as instituições de nossa sociedade.

E conjuntamente, farei um banco de dados de todos os festivais de cinema e video que trabalhem com essa temática.

E claro, como um bom blog, não faltarão textos para refletirmos sobre tudo o que está acontecendo no mundo, mas a grande mídia não gosta de nos mostrar.

Mas enfim, é isso... espero que tenham paciência e continuem visitando o blog. Ele será um excelente banco de dados para quem se interessa por essa temática nos filmes e videos documentários.

Forte abraço!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Breve recesso...

Já estou alguns dias sem escrever nada no blog. Tem motivo. Estou viajando por São Paulo e quase não tenho tempo para usar computador. Em fevereiro voltarei ao Rio de Janeiro e os textos voltarão com carga total.

E o que mais quero fazer também será terminado, que é o banco de dados de filmes documentários críticos e festivais de cinema que trabalham com essa temática.

Desculpem a demora e obrigado por visitarem o blog!